segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Por um fio: façamos mais para que a vida não seja menos

A partir do aparente suicídio do ator Robin Williams, fico aqui pensando no tanto de gente que se suicida. A depressão é uma realidade muito dura, forte e cada vez mais presente (e silenciosa). Talvez estejamos cercados de pessoas que se sentem com a vida devastada, sem valor, sem perspectivas, julgando-se miseráveis sem que nos pareça que haja alguma razão aparente para tanto.
Muitas e várias vezes nem mesmo essas pessoas sabem a real razão de sua angústia, mas ela está ali, lhes atormentando e falando com uma sutileza e um poder de convencimento, que faz com que as pessoas se afundem mais e mais. E nós muitas vezes estamos do lado, vendo a pessoa se afundar, mas sem que nos demos conta do quão profundo é o buraco onde ela já está.
Há cada vez menos solidariedade no mundo e cada vez mais indiferença. Isso é triste. Sob o manto de qualquer justificativa fajuta, as pessoas se convencem de que não precisam dar conta dos sentimentos, ao menos, das pessoas que lhes interessam. Não ligam pra saber como vai, não mandam uma mensagem pra dizer que gosta de quem gosta. Não. Deixam sempre pra depois esse gesto tão simples e que as muitas pessoas precisam dele para agora.
Pense em quantas pessoas você gosta; quantas também gostam de você. Quantas vezes você diz pra elas que gosta delas? Quantas vezes fez com que elas se sentissem bem por (muitas vezes até sem saber) terem feito bem para você? Qual foi a última vez que você ligou sem ter assunto, mas só porque queria saber se a pessoa precisava de algo ou se ela precisava de você? As pessoas que são importantes pra você, realmente sabem que são importantes pra você? Você já disse? Ou acha que ela já sabe pelo simples fato de ter que saber? Pense nessas várias ou poucas pessoas e permita-se ser para elas e deixa que elas sejam para você. E se cuidem. Cuidem-se uns dos outros. Não se deixem cair pra onde não seja mais fácil voltar.
Se ame, diga. Amar é para ser sentido, vivido, dito e, se tudo correr bem, correspondido. Mas o amor que se ama ou o sentimento que se gosta, esses não se devem calar.
Sejamos a força que falta pro outro, tragamos o sorriso que a pessoa não vê razão pra sorrir, que se ache em nós o apoio que, não raro, também servirá para que não caiamos.
Mas façamos. Não sejamos indiferentes ao mundo. Não punamos o mundo por acharmos que não somos importantes pra ninguém. Todos o somos, se não para todos, para muitos que assim como gostamos deles, também gostam de nós.
Então não deixemos pra depois. Procuremos o amigo de quem não sabemos há muito tempo, alegremo-nos se ele estiver alegre, curemo-lo se sua alma estiver doente, mas façamos algo... façamos mais, viver precisa ser mais do que assistir passar mais um dia. Se estamos no mundo, que esteja, pois, em nós a causa do mundo ser um mundo melhor.

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