O texto que segue não é meu. Seu autor, Vanderlei Kloss, é um grande amigo dos tempos de faculdade e de depois, hoje professor universitário. Pediu-me o favor de postá-lo aqui, mas é ele quem me honra com a deferência. Segue-o:
AMOR: RAZÃO OU LOUCURA?
Vanderlei Kloos Às 3 horas do dia 08/03/2011.
Vejam como o Dicionário MICHAELIS define razão e loucura:
- RAZÃO – é o conjunto de faculdades anímicas que distinguem o homem dos outros animais.
- LOUCURA – é o estado de quem é louco. LOUCO – é aquele que perdeu a razão. Indivíduo extravagante, apaixonado.
Percebe-se de plano que, razão e loucura são antônimos. Sem nenhum devaneio, citando o senso comum dizendo que “no amor existem razões que a própria razão desconhece”, porém, fica muito piegas, não é esse o objetivo; pensemos de maneira mais científica. O brilhante filósofo alemão Friedrich Nietzsche, disse: “AQUILO QUE SE FAZ POR AMOR ESTÁ SEMPRE ALÉM DO BEM E DO MAL.”, para ele, no amor vale “tudo”, compensa correr qualquer risco, até porque, no amor não existe garantia. Ciências Humanas é um ramo da ciência que envolve um componente imprevisível, o próprio SER HUMANO!
O homem é um dos poucos animais que consegue disfarçar suas emoções; que destrói por destruir; e dos poucos animais que faz sexo por prazer e não apenas para procriar. Portanto, não existe uma lógica quando está presente esse componente, o SER HUMANO!
Raul Seixas escreveu: “(...) ninguém nessa vida é feliz tendo amado uma vez (...)”; escreveu ainda: “(...) eu do meu lado aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real (...)”, o que o poeta exprimiu nestas palavras? É difícil ser louco, especialmente, se a loucura for real, por ser de caráter subjetivo (loucura aqui, não se refere à esquizofrenia, tal é doença – CID F20.0).
O advogado, professor, músico, poeta e trovador William Grilli, pessoa que jamais esquecerei (vi sua transição: adolescente-adulto – vou parar aqui, pois, minha avaliação não é confiável, mais do que amigo, sou um fã), em uma de suas músicas, de maneira um pouco diferente do Raul, canta quase a mesma coisa, vejam: “Há quem me chame de louco, eles são bem mais que eu, fazem isso por achar que minha vida se perdeu; mas eu só quero é amar, amar do jeito que aprendi e se é isso que me faz louco, quero endoidar mais um pouco (...)”, registre-se: NÃO PARTICIPEI NO APRENDIZADO DA LOUCURA DO CIDADÃO EM COMENTO, por mais que digam o contrário.
Fala-se que “o amor e o ódio são as duas faces da mesma moeda”, melhoraria esta frase dizendo que, no amor, a RAZÃO e a LOUCURA são as duas faces da mesma moeda. Parafraseando Nietzsche, diria: “há sempre alguma loucura no amor; mas há sempre um pouco de razão na loucura”, como definir se o amor é razão ou loucura? IMPOSSÍVEL! Na música “A MIRAGEM” o intérprete canta: “(...) Somente por amor; a gente põe a mão no fogo da paixão e deixa se queimar (...)”; parece coisa de novela das oito. A pergunta que não quer calar: O AMOR EXISTE? Existindo, o amor é: RAZÃO ou LOUCURA?
Conta-se que um casal enamorado, após juras de amor eterno e sem entender o porquê de tanto amor, daqueles dignos de filme Hollywoodiano, surge de inopino Andre Sardet cantando FOI FEITIÇO, dissipando as dúvidas: “(...) Eu não sei o que me aconteceu, foi feitiço, o que é que me deu? Pra gostar tanto assim de alguém (...)”, há aqueles que não creem em feitiço, mas era a explicação do casal: “FEITIÇO”. Como se não bastasse, surge Fábio Jr com ALMA GÊMEA, e diz: “(...) VOCÊ SABE COMO ME FAZER FELIZ!”, parafraseando Os Melhores do Mundo: “a vida é uma caixinha de surpresas”, ia tudo bem, mas um dia (porque sempre existe porra de um “MAS”?), na mistura da “maluquez” com a “lucidez”, o casal deixa de ser “maluco beleza”. Lembram-se do que foi lhes ensinado a vida toda: “esmola grande o santo desconfia”, eles DESCONFIARAM (como é difícil romper com certos paradigmas). Resumindo: eles se machucaram, distanciando-se ao ponto de se perderam no pior labirinto que existe, o labirinto do seu próprio ser. Pode ser que eles ainda se amem de verdade, mas, tudo indica, que não ENCONTRARÃO O CAMINHO DA VOLTA, como na fábula de João e Maria, as migalhas de pão que indicava o caminho da volta, fora comido pelas aves oportunistas que sempre aparecem nessas horas (e aparecem mesmo, alguém duvida?).
Façamos uma reflexão no que disse o poeta romano Horácio: “carpe diem quam minimum credula postero”, ou seja, “Colhe o dia, confie o mínimo no amanhã”; nesse mesmo diapasão, existe um verso com autoria atribuída a um poeta chinês da dinastia Tang: “colha a flor quando florescer; não espere até não haver mais flores, só galhos a serem quebrados”. Fazendo uma análise teleológica assevaremos: APROVEITE TODAS AS OPORTUNIDADES NA HORA QUE A VIDA OFERECER, NÃO ESPERE E CONFIE ACHANDO QUE NO FUTURO TEM MAIS. Quando a “burrinha da felicidade” bater a sua porta, ABRA SEM MEDO DE SER FELIZ! Não cante como o Zé Geraldo: “(...) meu cavalo passou ensilhado e eu não montei (...)”. Arrependimento só chega depois do “derramamos o leite” ou do “espelho quebrado”, quando a grande oportunidade de ser feliz passou. Chorar depois? Ajuda, pois, alivia a dor, mas não resolve o problema.
Se o amor é RAZÃO ou LOUCURA, não sei, mas NÃO TEM A MENOR IMPORTÂNCIA!
O IMPORTANTE É “AMAR COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ!”